O dirigente do PCP/Açores traçou hoje, em Almada, o “quadro negro” da situação económica e social que se vive nos Açores, constatando que esta se tem vindo a “degradar visivelmente nos últimos anos”.
“Somos a região do país com os salários mais baixos e onde o salário mínimo abrange 60% dos trabalhadores. Somos das regiões do país onde o desemprego mais cresce, onde os indicadores de desigualdade social mais se agravam. Somos uma Região onde o total atropelo e desrespeito pelos direitos de quem trabalha se tornou um lugar comum, onde a precariedade e a total ausência de direitos laborais se tornou a regra”, afirmou Vítor Silva numa intervenção no XX Congresso do PCP, realçando que perante “este quadro negro, os comunistas açorianos permanecem firmes e unidos, em luta por um projeto alternativo, pelo desenvolvimento, pelo progresso e justiça social, pela Autonomia dos Açores”.
O comunista açoriano referiu que o governo regional do PS “sabe que encontrará, no Parlamento Regional e fora dele, a oposição firme e consequente do PCP e dos seus aliados da CDU”, destacando que o crescimento da coligação, uma “forma de associar à nossa luta outros democratas, tem sido importante e significativo”.
“O apoio do PCP às lutas dos trabalhadores e das populações é constante, merecendo destaque a luta dos trabalhadores da SINAGA, em defesa da viabilização da empresa e da industria açucareira nos Açores; dos enfermeiros, com a primeira greve regional dos enfermeiros, que tive uma elevada adesão; das trabalhadoras da COFACO, em defesa do Acordo de Empresa, tendo já derrotado a tentativa de aplicação do banco de horas na fábrica; dos trabalhadores da Administração central, regional e local; dos professores; dos trabalhadores da Base das Lajes; dos trabalhadores de vários outros sectores. A defesa dos interesses dos agricultores e pescadores tem sido, desde há muitos anos, uma constante do nosso trabalho. O apoio a inúmeras lutas das populações, em todas as ilhas, visando a resolução de muitos problemas concretos, é outra das constantes da nossa ação”, salientou Vítor Silva.
O militante do PCP está ciente que será exigida “uma intensa atividade” no próximo ato eleitoral, as eleições autárquicas, acrescentando que o partido nos Açores “irá dar resposta à altura das suas responsabilidades, como sempre temos feito, para tal, decidimos no X Congresso Regional do PCP/Açores, que é preciso avançar, com o reforço orgânico do partido e da sua forte ligação aos trabalhadores e às populações”.
“O reforço do partido nos Açores é uma tarefa que está sempre presente, muito embora a dispersão do território por nove ilhas crie dificuldades difíceis de superar. O reforço do nosso partido é a chave para o sucesso dos nossos objectivos, na ligação às massas, no desenvolvimento da luta e dos movimentos e organizações unitárias, particularmente do Movimento Sindical Unitário”, enfatizou.
Para Vítor Silva, é preciso “tomar em nossas mãos, o reforço do partido, da sua influência ideológica, política, social, na luta pela rutura com a política de direita e pela alternativa Patriótica e de esquerda”.
Foto: PCP
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