Por Carlos Pires
A recente trapalhada do processo de alienação de parte do capital social da SATA Internacional – Azores Airlines é apenas o último dos exemplos da atual realidade virtual que se vive nos Açores, mais concretamente, na caterva socialista.
A falta de vergonha e de respeito por quem, em ilusão contínua, os elegeu, atingiu um patamar extremo, para o qual nem mesmo os mais elaborados estudos de opinião conseguem encontrar justificações.
Desta feita, e está claro para quem quer ver, a (má) encenação de uma fuga de informação que colocava em causa a viabilidade de um processo de venda só pode apanhar de surpresa os mais distraídos, visto que a atual situação financeira da empresa regional em causa é, por demais, conhecida de todos.
Em consciência, nenhuma empresa exterior à Região irá comprar qualquer parte que seja da SATA, baseando-se em informações financeiras remetidas quer pelo Governo regional, quer pela empresa pública regional, visto que ambos estão feridos de credibilidade.
Os desvarios económicos regionais apresentados por este executivo, apoiados por um leque de submissos, a isso obrigam, embora, em rigor, só acredita quem quer.
São anúncios de retoma económica quando aumentam as insolvências e o desemprego. São anúncios de estabilidade social quando classes sociais reclamam direitos. Enfim, uma realidade de mar de rosas mas só para quem vive na dependência de subsídios.
Na verdade, já existem (independentes) eleitos em listas do PS (regionais e autárquicas) que se começam a afastar, temendo pela sua integridade ideológica e pessoal.
Nunca será demais lembrar que, em dezembro de 2004, um presidente da República, por coincidência socialista, dissolveu um parlamento, por entender que, e cito o Decreto, havia “falta de credibilidade do Governo”, na altura de responsabilidade PSD/CDS-PP.
Nos Açores pergunta-se onde está o garante dos direitos consagrados na Constituição da República e no Estatuto Político Administrativo?
Onde está o Representante da República?
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