O presidente do Governo dos Açores determinou hoje a abertura imediata de um inquérito urgente relativo às evacuações aéreas de dois doentes das ilhas de São Jorge e da Graciosa, que decorreram a 02 de fevereiro de 2017, o qual terá de ficar concluído até dia 31 deste mês, contrariando decisão do secretário regional da Saúde.
Segundo nota publicada no portal oficial do executivo açoriano, Vasco Cordeiro considera “ser, sem margem para qualquer dúvida, “imperativo e imprescindível o apuramento detalhado e exaustivo de todas as circunstâncias que rodearam esta situação”.
Em causa está a denúncia no jornal Diário dos Açores de uma alegada interferência ilegal, por parte da presidente do conselho de administração do Hospital da Terceira (HSEIT), numa operação de evacuação de doentes, obrigando um helicóptero da Força Aérea a evacuar um doente seu familiar da ilha de São Jorge, quando a equipa médica tinha optado por evacuar, primeiro, um doente da Graciosa.
Este episódio ocorreu a 2 de fevereiro de 2017 e levou a que médica reguladora das operações apresentasse uma queixa por escrito ao Serviço Regional de Proteção Civil, queixa essa remetida para a secretaria regional da Saúde que optou por não a remeter para a Inspeção Regional de Saúde, esclarece o jornal.
O despacho do presidente do Governo dos Açores pretende uma avaliação rigorosa do cumprimento ou incumprimento dos procedimentos estabelecidos para esse tipo de evacuações médicas, em especial, as situações em que os mesmos possam não ter sido cumpridos, em que circunstâncias e por quem.
O PSD/Açores também reagiu à notícia e anunciou que vai requerer a audição, com caráter de urgência, do secretário regional da Saúde, Rui Luís, da presidente do conselho de administração do HSEIT, da médica reguladora, da médica da equipa de evacuação e do presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores, para um “esclarecimento cabal” desta interferência.
“É preciso apurar responsabilidades políticas na interferência de uma presidente de um conselho de administração de um hospital púbico nas decisões médicas para, alegadamente, benefício de um familiar seu”, referiu a vice-presidente do grupo parlamentar social democrata, Mónica Seidi.
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