Seca nos Açores: “manobras de propaganda” não resolvem problemas aos agricultores afetados

O deputado do PSD/Açores na Assembleia da República entende que a antecipação de verbas comunitárias não vai resolver problema da seca nos Açores, criticando a “manobra de propaganda” do Governo da República.

Lamentando a ausência de solidariedade nacional, António Ventura sublinhou que, “com as mesmas verbas, não se podem resolver dois problemas”.

“Acontece é que esse dinheiro já está comprometido com a quebra de rendimento dos agricultores, pelo que só com verbas novas se poderão, efetivamente, minimizar as consequências da seca na Região”, explicou o social democrata, após reunião com o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira.

Em causa está o anúncio do ministro da Agricultura e Florestas, Capoulas Santos, que irá solicitar a Bruxelas a antecipação do pagamento de ajudas aos agricultores açorianos.

Segundo António Ventura, “devido aos baixos preços pagos à produção, existe essa compensação financeira anual, que sendo antecipada cria um fundo de maneio muito útil para o setor. Mas não pode ser dessas verbas que sai a solução, ou seja é propaganda o que o senhor ministro está a fazer, sendo necessários novos fundos para colmatar o que a seca já provocou em 2018”, e insta o executivo regional a  exigir da República “uma solidariedade financeira, como acontece com outras regiões do país quando existem situações severas como incêndios, cheias ou secas, havendo mesmo fundos para essas calamidades”.

“Não podemos é ter um governo regional em silêncio, assumindo responsabilidades que não são suas para proteger o governo da República. E isso acontece porque são da mesma cor política ou seja, uma vez mais, os interesses partidários estão a ser postos à frentes dos interesses dos açorianos”, criticou o parlamentar.

António Ventura partilhou ainda com o responsável pelos agricultores terceirenses duas propostas que o PSD apresentou – e que foram aprovadas – na Assembleia da República, uma que visa “a criação de um comité científico agroalimentar, permitindo uma validação científica da qualidade dos nossos produtos, desmentindo campanhas caluniosas, como acontece face ao leite, por exemplo”, e uma outra que pretende “o desenvolvimento de um plano de internacionalização para os produtos agroalimentares açorianos, de forma a que se encontrem novos mercados e novos públicos”, esclareceu.

“Infelizmente, e vários meses depois da aprovação de cada uma destas propostas, o Governo da República pouco ou nada fez em ambos os casos. O que se lamenta, uma vez que o ano parlamentar está perto do final, e é preciso que haja desenvolvimentos para estas situações, que beneficiarão diretamente os Açores”, concluiu.

 

 

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