A revisão do plano operacional da SATA deverá prever uma mudança nos novos aviões de longo curso, que poderão ser os novos e versáteis Airbus A321 neo.
Segundo noticia do Açoriano Oriental, o novo plano operacional, que implicará também a revisão já anunciada do plano estratégico da SATA no horizonte 2020, está em processo de discussão interna e a administração da SATA ainda não o assume oficialmente, mas a opção da SATA por alugar faseadamente quatro Airbus A321 neo, com o primeiro a chegar já no próximo ano e o último só em 2021 foi ontem noticiada pelo site Runway News e replicada em grupos informativos nas redes sociais sem ser desmentida pela SATA.
Na revisão do plano operacional, poderá ficar definitivamente posta de parte a vinda do segundo Airbus A330, tal como previa o atual plano da companhia, mantendo-se contudo em operação e pelo menos até ao final do seu aluguer o atual A330 decorado com o cachalote e que ‘inaugurou’ a nova marca Azores Airlines.
O Airbus A321 neo tem a vantagem de poder ser adaptado para operações de longo curso, podendo variar entre os 185 e os 220 passageiros, o que o coloca praticamente ao nível dos atuais A310 da SATA, usados no longo curso e que serão descontinuados.
Com esta mudança de planos nos novos aviões, a SATA passaria de uma intenção inicial da anterior administração de Luís Parreirão de reduzir gradualmente a sua frota para apenas cinco aviões (três de médio – A320 – e dois de longo curso – A330) para uma ‘reversão’ à anterior frota de oito aviões divididos por três A320, quatro A321 neo e um A330. Ou seja, a SATA estará assim a preparar uma revisão mais ambiciosa e expansionista da sua operação nos próximos anos.
E enquanto os 280 passageiros do A330 podem levar a que a SATA faça menos voos numa determinada rota, para os poder rentabilizar, com os novos A321 neo, com menos lugares, poder-se-ia fazer mais voos rentáveis e, com isso, afastar o cenário de dispensa de tripulações que estava sobre a mesa no atual plano estratégico.
Confrontado ontem pelos jornalistas, o presidente da SATA, Paulo Menezes, não confirmou oficialmente esta mudança de planos na frota, mas também nada desmentiu relativamente às notícias ontem vindas a público, afirmando apenas que “queremos para a SATA uma operação que tenha os menores custos possíveis e que seja o mais flexível possível e é isso que delineamos no nosso plano operacional”. Concretamente sobre a opção pelos A321 neo, Paulo Menezes disse haver “muitas soluções”, embora tenha admitido que o novo modelo da Airbus “é um dos que pode estar no projeto da SATA”.
A revisão do plano operacional da SATA está neste momento a ser debatida internamente, incluindo nos Estados Unidos e no Canadá, onde a SATA também está representada. “Estamos numa fase de consulta interna dos trabalhadores, apresentando as soluções que delineamos para o futuro da empresa e a seu tempo falarei para o público em geral sobre o modelo que está a ser delineado para a empresa”, afirmou ontem o presidente da SATA, Paulo Menezes, à saída de uma audiência com o deputado do PCP, Aníbal Pires.
Paulo Menezes disse ainda que “temos que os ouvir e colher algumas sugestões que os trabalhadores tenham para depois procedermos à integração da revisão do plano operacional no plano estratégico”.
Quanto aos motivos que levaram à revisão do plano operacional e estratégico da SATA, Paulo Menezes reafirmou que “os pressupostos deste plano em 2014 não se concretizaram todos”. E desde logo apontou a implementação do novo modelo de transporte aéreo entre os Açores e o Continente, com rotas liberalizadas, “que não se conhecia na altura como iriam decorrer”, isto para além da chegada tardia, já este ano e não em 2015, como estava previsto, do primeiro dos dois Airbus A330 para as ligações de longo curso. Por isso, concluiu o presidente da SATA,“todos esses cenários levaram a que fizéssemos a revisão do nosso plano operacional, para fazermos agora a revisão do plano estratégico para o cumprir na íntegra”.
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