O deputado do PSD/Açores, Luís Rendeiro, questionou hoje a competência do Governo na capacidade de atrair investimento estrangeiro para a Região, ao abrigo do Air Center.
No entender do social democrata, é “grave” e “inaceitável” que a Região não consiga “concretizar em nenhuma ilha açoriana qualquer investimento de monta” para o Centro Internacional do Atlântico, enquanto o Governo da República anuncia investimentos relevantes para fora do espaço regional.
“É razão para perguntar o que é que anda a fazer o secretário regional da Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, relativamente ao Air Center, um projeto científico tão importante para a Região, nos poucos momentos em que não está a fazer anúncios ou a propaganda do PS”, questiona o deputado eleito pela ilha Terceira.
Em causa está o anúncio do ministro da Ciência, Manuel Heitor, no Brasil, de que será assinado no sábado um protocolo para instalar em Portugal, na Universidade do Minho, e não nos Açores, um supercomputador que será um dos centros de processamento de dados do Air Center.
“De nada servem as visitas turísticas aos mais variados países em nome da captação de investimento em Ciência nos Açores, quando o Governo regional nem sequer é capaz de impedir que o Governo da República do seu partido desvie para o continente investimentos tão essenciais para o desenvolvimento dos Açores”, defende, acrescentando que “para fazer este triste papel os Açores não precisam de um secretário regional da Ciência e Tecnologia”.
Luís Rendeiro salienta que a questão da Base das Lajes está a deixar bem evidente que os governos na Região e na República não se entendem na defesa dos interesses da Região, apesar de serem do mesmo partido político.
“Face aos sucessivos episódios, e agora mais este em que a Região foi ultrapassada pela República na atração de investimento, verifica-se que, apesar dos nos Açores e na República os governos serem do mesmo partido, a verdade é que nunca os dois governos estiveram de costas tão voltadas como estão agora, em claro prejuízo da Região”, nota.
O deputado garante que “o PSD/Açores se recusa a aceitar que a Região assista impávida e serena a mais este grave atropelo dos seus interesses”, como de resto “tem vindo a ser hábito todas as vezes que um ministro do Governo da República se refere a assuntos de interesse para os Açores”.
Também hoje, o PSD/Terceira desafiou o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, a dizer “se concorda com a oferta das casas da Base das Lajes, feita pelo vice-presidente do governo regional, no âmbito do programa Terceira Tech Island. E se não considera que a referida oferta compromete os usos adicionais desejados para aquela estrutura”.
A estrutura liderada por Francisco Câmara alerta para o contrassenso que a situação apresenta, já que “o Governo da República nunca quis receber aquele parque habitacional, sendo que estamos a falar de cerca de 400 casas, com especificações muito próprias, e que necessitam de avultados investimentos para serem regularizadas ao nível da rede elétrica, águas e saneamento”.
“Assim sendo não se percebe que um membro do governo, no vídeo promocional de uma iniciativa tutelada pelo governo, ofereça casas – para os investidores internacionais do programa virem ocupar -, que não se sabe a quem foram, e se foram, entregues”, frisa o responsável pelos social democratas da Terceira.
Francisco Câmara questiona se Sérgio Ávila “estará mandatado pelo Governo da República para oferecer as casas”, considerando que os Executivos estão “a falar a duas vozes”, já que a República “continua a falar dos hipotéticos usos adicionais da Base, e o Governo açoriano promove ofertas que contrariam esses mesmo usos adicionais”.
O social democrata também quer saber se Vasco Cordeiro “tinha conhecimento do conteúdo do vídeo promocional e se subscreve os anúncios do seu vice-presidente”.
A este propósito, a comissão política de ilha do PSD solicita “explicações acerca dos comprovativos de passagem da propriedade das casas para a Região, uma vez que não é possível oferecer o que não se tem”, explicam.
Para o PSD/Terceira, é importante “que a Região e a República se entendam”, pois corre-se o risco “de todo este ruído já estar a prejudicar não só a iniciativa empresarial apresentada – cujo sítio na internet se mantém sem funcionar -, como também as próprias negociações entre Portugal e os Estados Unidos da América”.
“Por isso, é urgente saber a posição do presidente do governo sobre todos estes factos”, conclui Francisco Câmara.
GI PSD/+central