O presidente do PSD/Açores questionou hoje o governo regional socialista pelo “uso da pobreza para fins eleitorais”, dando o exemplo da antecipação do pagamento de apoios sociais ocorrida antes das eleições de 16 de outubro.
“Vários apoios sociais foram pagos antes do dia das eleições e não na data habitual. O senhor presidente do governo pode justificar com questões técnicas dos bancos, mas a verdade é que o governo usa a pobreza para fins eleitorais”, afirmou Duarte Freitas, na Assembleia Legislativa dos Açores, durante o debate do programa de governo.
O líder social-democrata açoriano referia-se ao pagamento antecipado de apoios sociais como o Rendimento Social de Inserção (RSI) e o Abono de Família, ocorrido a 14 de outubro, quando a transferência dessas verbas para os beneficiários é sempre efetuada mais tarde.
Duarte Freitas acrescentou que, a 14 de outubro, “ainda se puseram instituições particulares de solidariedade social a ligar para os beneficiários do RSI a dizer-lhes que já tinham o dinheiro na conta”.
“É assim que se faz política nos Açores. Quem perde com isso são os açorianos. Cresce a pobreza e governo regional usa essa mesma pobreza para ter benefícios eleitorais. Tudo isto puxa para baixo os Açores”, disse Duarte Freitas.
Vasco Cordeiro, disse que houveram “pagamentos que foram feitos antes, como há pagamentos que foram feitos depois”, perguntando o que estava a insinuar Duarte Freitas.
“E a razão pela qual houve pagamentos que foram feitos antes é a mesma razão por que, por exemplo, na agricultura a antecipação dos 57 milhões de euros de apoios comunitários foi feita depois das eleições”, declarou, desafiando Duarte Freitas a “falar claramente” sobre esta matéria.
O chefe do executivo perguntou “se a alternativa fosse pagar nessa altura ou ter um atraso no pagamento, o que fazia?”, acabando depois por ler um ‘email’, datado de 21 de setembro, do banco Santander Totta.
Nesse documento, o banco refere, quanto aos pagamentos de prestações sociais, que julga chegarem “via SIBS”, não ter ainda essa orientação, pelo que sugere, “se possível, a título excecional e para precaver qualquer imprevisto aquando da fusão, independentemente de o vosso NIB ser ou não do ex-Banif, pagarem as mesmas até dia 14/10/2016”.
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