PS/Açores rejeitou as low cost “para utilizar a SATA como instrumento político”

VenturaO presidente da Comissão Política de Ilha (CPI) do PSD/Açores na Terceira entende que o PS nunca quis que as companhias de baixo custo operassem nos Açores porque “sempre quis utilizar a SATA como instrumento político”, acrescentando que, “por isso, temos uma companhia quase falida”.

“Para comprovar esta afirmação basta recordar vários factos. Desde logo, a questão é saber porque razão, quando governava José Sócrates na República e Carlos César na Região, o espaço aéreo não foi liberalizado”, refere António Ventura num artigo de opinião, acrescentando que “se dúvidas continuam a persistir sobre a vinda das low cost, as declarações de Francisco César (filho de Carlos César) dissipam-nas quando afirmou em 2009: «Quero só referir que qualquer companhia aérea pode voar para os Açores desde que sujeita às obrigações de serviço público. Quero também reafirmar que o modelo que defendo para os transportes aéreos dos Açores, passa pelo aperfeiçoamento do atual modelo e nunca pela liberalização»”.

O social democrata lembra, no texto, que “foi o Governo da responsabilidade do PSD e do CDS/PP, liderado por Passos Coelho, e com muita influência de Duarte Freitas, que procedeu à liberalização do espaço aéreo de São Miguel e da Terceira”, revelando ainda que tal ocorreu “inicialmente, com muita resistência do Governo Regional que, posteriormente, aderiu ao processo quando percebeu que não o podia impedir”.

“Neste momento faz passar a ideia que era dono da iniciativa e do processo”, critica o também deputado na Assembleia da República.

Ventura recorda que para evitar a vinda tardia das low cost para a Terceira, o Governo de Passos Coelho “apresentou algumas medidas para minimizar o impacto negativo na economia terceirense”, resultante da decisão unilateral dos Estados Unidos em diminuir a sua presença na Base das Lajes.

“Medidas que passavam pela transferência de mais fundos estruturais, o que ocorreu, transferência de verbas especificas do Orçamento de Estado para projetos específicos, o que não aconteceu porque a governação foi interrompida e estava em negociação ligações aéreas entre a Terceira e Lisboa a realizar pelo menos por uma companhia aérea de baixo custo”, lembra, apontando como prova dessa negociação a resposta do Primeiro-ministro a um requerimento dos deputados do PS, a 13 de janeiro de 2016, onde o atual Governo da República confirmou que estava a decorrer um processo negocial para a vinda das low cost para a Terceira da responsabilidade do Governo anterior.

“Isto significa que cabia ao atual Governo da República concluir este processo que, durante a discussão do Orçamento de Estado para 2016, manteve-se em total silencio quando várias vezes questionado sobre a matéria”, lamenta o parlamentar.

António Ventura realça que “graças à governação do PSD/CDS, e por via desta liberalização, o turismo em São Miguel tem crescido quase de forma exponencial, e com isto riqueza e emprego”.

“Conseguimos que o Governo Regional aceitasse a liberalização do espaço aéreo de São Miguel e da Terceira e conseguimos que o atual Governo da República terminasse o processo da vinda de uma low cost para a Terceira, iniciado pelo Governo de Passos Coelho”, conclui o dirigente social democrata terceirense.

 

 

 

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