O presidente do PSD/Açores acusou hoje o Governo regional de “mentir às pessoas” sobre o processo de alienação de parte do capital social da SATA Internacional – Azores Airlines, enquanto que os deputados socialistas com assento na comissão de inquérito ao SPER consideram de “extrema gravidade” a divulgação de documentos confidenciais.
“Marcámos uma reunião da Comissão Política Regional com urgência para analisar toda esta questão e tomar uma posição política sobre esta matéria”, vincou Alexandre Gaudêncio, acrescentando que o Governo regional “mentiu às pessoas e defraudou expetativas aos açorianos”.
“Perdemos quatro meses a analisar um documento que numa rápida análise se viu à partida que não houve qualquer proposta formal para a aquisição de 49%”, constatou o líder social democrata regional.
Já os parlamentares socialistas que integram a comissão eventual de inquérito ao Setor Público Empresarial Regional e Associações Sem Fins Lucrativos Públicas consideram um “ato de extrema gravidade” e “sem precedentes” a divulgação de documentos confidenciais em torno da privatização da SATA.
“A divulgação pública de um documento confidencial que estava confiado ao presidente da comissão é um ato de extrema gravidade, sem precedentes no parlamento regional (…) que deve ser objeto de um aturado processo de apuramento de responsabilidades e que não pode passar incólume”, lê-se numa mensagem dos deputados socialistas endereçada ao presidente da comissão, o social democrata João Bruto da Costa, e também aos líderes parlamentares com assento no parlamento dos Açores, texto a que a agência Lusa teve acesso.
Os socialistas querem saber junto de Bruto da Costa, “primeiro responsável pelo funcionamento da comissão”, que “diligências ou medidas” tomou o social-democrata “para garantir o cumprimento integral dos deveres de sigilo no processamento e tratamento da documentação em causa no caso agora em apreço”.
“O grupo parlamentar do PS não permitirá que se mantenha sobre a comissão este manto de dúvida e descrédito, e tudo fará para garantir que o órgão máximo da autonomia mereça a confiança dos cidadãos e a consideração institucional que merece”, concretiza o texto.
Foto: JEdgardo Vieira
Lusa/+central