O coordenador regional do PCP/Açores acusou hoje o Governo regional de nada ter feito em relação ao setor das pescas, lamentando que a pobreza entre as comunidades piscatórias continue a ser uma “realidade indesmentível”.
“Temos um problema introduzido e causado por este Governo regional. Deixou este setor completamente abandonado e moribundo e agora vem fazer o enterro de todo um setor”, frisou Vítor Silva, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Para os comunistas açorianos, o anúncio do Governo regional de criação de incentivos para o abate de embarcações de pesca é um “rude golpe neste setor”, que desde a adesão à União Europeia viu a sua frota reduzida de 1947 embarcações para menos de 600, estranhando que os pescadores “não sejam tidos nem achados neste processo”.
Vítor Silva defendeu o alargamento da zona exclusiva para as 200 milhas e a adequação da frota para pescar entre as 100 e as 200 milhas, acusando o executivo açoriano de não ter uma estratégia para o setor e de estar subordinado às diretivas da União Europeia.
Segundo o dirigente comunista, é preciso aumentar a formação dos pescadores, aumentar o rendimento e o valor do pescado na primeira venda e garantir o seu escoamento de forma rápida por via aérea, porque “os rendimentos dos pescadores são extremamente baixos” e, pelas contas do PCP, cerca de “10% da população está dependente desta fonte de rendimento”.
Lusa/+central