
O mês de janeiro na ilha do Pico é recheado de programação artística sob a temática de cultura montanhosa. Na quinta edição do Montanha Pico Festival estreia o filme 2351 de Pedro Canavilhas, a acontecer sexta-feira 25, pelas 21h, no Auditório da Madalena.
“Subi a montanha do Pico pela primeira vez com a minha mulher e um amigo em agosto de 2001” diz o realizador. “Não havia casa da montanha e dávamos os nomes numa carrinha dos bombeiros. Passámos a noite na cratera, com um frio de rachar e, com sorte de principiante, apanhámos um tempo incrível e com uma visibilidade no pôr e no nascer do sol que não voltei a conseguir nas 9 vezes em que subi para fazer o filme.”
2351 é um documentário sobre a relação íntima do Homem com a montanha no meio do oceano Atlântico. Tendo já viajado por cerca de 40 países, Pedro Canavilhas admite que subir o Pico foi a experiência mais marcante na sua vida e depois de ler uma notícia online sobre “um maluco” ter subido a montanha centenas de vezes, ficou logo interessado em conhecê-lo, bem como conhecer a montanha com este que é um dos mais famosos guias da montanha do Pico.
No centro deste documento perceptual encontra-se Renato Goulart, o homem que já subiu a montanha mais alta de Portugal mais de 2000 vezes e pretende chegar em breve às 2351 subidas, assim marcando os metros de altitude. Subida após subida, num período descontinuado de vários meses, o filme constrói um retrato intimista e eremítico do Homem e da Ilha – dois discursos onde as narrativas pessoais e picarotas convergem.
A audiência no Pico será privilegiada à estreia mundial do filme, antes de uma versão ser preparada para distribuição para festivais internacionais, promovido pela própria MiratecArts, organizadora do Montanha Pico Festival.
MiratecArts/+central