O Grupo Etnográfico da Beira (GEB), da ilha de São Jorge, vai receber, a 5 de junho, Dia da Região, a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico, atribuída pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
O grupo, fundado a 26 de Julho de 1981, tem como objetivo a “fiel representação das danças e cantares, usos e costumes das gentes de São Jorge, de finais do sec. XVIII, até princípios dos sec. XX”, tendo, no seu início, adotado o nome de Grupo de Folclore da Beira da Casa do Povo de Velas.
Ao longo dos quase 36 anos de actividade, o GEB tem-se empenhado na recolha e divulgação de danças e cantares, trajos e utensílios das épocas que representa, participando em várias actividades relacionadas com a etnografia, nomeadamente no “Cantar aos Reis”, “Cantar as Morcelas” e “Foliões do Espírito Santo”. Tem, ainda, participado em vários Festivais de Folclore, Intercâmbios Culturais e Jornadas Etnográficas.
Os trajes do grupo vão desde o domingueiro ao de trabalho, passando pelos dias de festa (Espírito Santo particularmente), os quais se usavam no Concelho das Velas, mais precisamente da Beira, confecionados em teares locais e tecedeiras e costureiras jorgenses. Cada elemento transporta, ainda, um utensílio relacionado com a profissão e/ou condição social que representa.
Os instrumentos musicais utilizados são o bandolim, a viola da terra, o violão e o violino, sendo também utilizado o tambor, mas apenas nos “foliões do Espírito Santo”. Apresenta um reportório de cerca de 30 temas dos quais se destacam a Saudade, a Chamarrita, a Rema, os Pêssegos, as Meninas, a Bela Aurora, o São Macaio e a Rapsódia Açoreana.
No seu currículo, tem atuações em toda a ilha de São Jorge e em outras ilhas dos Açores, na Madeira e Porto Santo, em Vila do Conde, Vale de Cambra, Macieira de Cambra, Lamego, Retaxo e Alenquer. Junto da diáspora açoriana, o GEB já atuou nos Estados Unidos da América, Canadá, França e Espanha.
Gravou o seu primeiro disco em 1998, com o título “Cantares da Nossa Gente” e em 2002 foi editado o segundo, este intitulado “Canto Jorgense”. Nesta data alterou a sua denominação para Grupo Etnográfico da Beira, devido às características etnográficas que apresenta.
A Insígnia Autonómica de Mérito Cívico destina-se a agraciar aqueles que, em resultado de uma compreensão nítida dos deveres cívicos, contribuíram, de modo relevante, para os serviços à comunidade, nomeadamente nas áreas de ação social e cultural.
Foto: GEB Facebook
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