Governo não prolonga programa de incentivo a férias de residentes devido à nova Tarifa Açores

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O programa “Viver os Açores” terminou a 31 de março e o governo regional não vai prolongá-lo, porque vai entrar em vigor, em junho, a tarifa aérea de preço fixo a 60 euros.

Os incentivos à realização de férias nos Açores pelos residentes no arquipélago chegam pois ao fim, numa altura em que já foi anunciada a introdução, a partir de junho, de uma tarifa aérea de preço fixo para viagens interilhas destinada a residentes na Região.

O secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mota Borges, explica que “este ano, o Governo Regional vai implementar as passagens aéreas a 60 euros, pelo que o programa ‘Viver os Açores’ não fazia sentido ser implementado nos moldes previstos”.

Como salienta o governante, “o programa visava a deslocação de residentes às outras ilhas em turismo para distribuir valor, fazendo face à redução drástica do turismo dos Açores”. Mas, com a nova tarifa para as viagens interilhas a 60 euros, o executivo açoriano acredita que “vai aumentar ainda mais a circulação de residentes dentro do arquipélago”.

Até porque, comprar uma viagem aérea de ida e volta a 60 euros (taxas incluídas) é “bastante mais simples e sem a burocracia que o programa tinha”, salienta também o secretário regional.

Como sublinha Mota Borges, “o objetivo [desta medida] não é o subsídio ao residente, mas antes a criação de preços para a criação de um verdadeiro mercado regional e o incentivo à mobilidade dos açorianos durante todo o ano”.

“Vamos começar pelas passagens a 60 euros e vamos avaliar se de facto temos condições para ter distribuição de valor, ter movimento de açorianos no mercado interno, e ter distribuição de valor”, e, se for necessário complementar a medida da tarifa aérea a 60 euros, o programa “Viver os Açores” será redesenhado tendo em conta esta medida.
O governante adianta que “existe uma expectativa de que o número de turistas externos aos Açores possa ter um incremento este ano, devido ao facto dos grupos prioritários já estarem a atingir a imunidade de grupo”, e, concretizando-se este cenário, haverá “um equilíbrio expectável entre o turismo interno e externo”.

Recorde-se de que o incentivo era atribuído a pessoas singulares, a partir dos dois anos e com domicílio fiscal nos Açores, que realizassem viagem de turismo e lazer (excluindo-se, portanto, as viagens no âmbito da respetiva atividade profissional ou por motivo de doença). Os serviços elegíveis para o cálculo do incentivo eram viagem aérea, viagem marítima, alojamento, restauração, atividades de animação turística, aluguer de viaturas, e despesas de reserva.
Pico: a ilha maior benefício

Segundo os dados da Secretaria Regional dos Transportes, Turismo e Energia, a ilha que mais beneficiou com o programa foi o Pico (2573 pessoas), enquanto a ilha com maior emissão foi São Miguel (4543 pessoas).

Na plataforma, inscreveram-se 9937 pessoas, tendo sido beneficiadas pelo incentivo 6425 pessoas.

De acordo com os dados da Secretaria Regional, 922 pessoas inscreveram-se no programa em contexto de férias na própria ilha, 875 na modalidade de viagem marítima, e 7812 em contexto de viagem aérea.

No âmbito do programa, que vigorou no período inferior a um ano (de 16 de junho de 2020 a 31 de março de 2021) foram pagos pelo Governo Regional cerca de 890, 5 mil euros em incentivos.

Num inquérito às empresas do setor turístico, realizado pelo Observatório do Turismo dos Açores em dezembro e fevereiro últimos, a maioria dos empresários inquiridos (42,5%) respondeu que o programa “Viver os Açores” não fez a diferença, tendo ficado insatisfeito ou muito satisfeito cerca de 20% dos empresários questionados, e satisfeito ou muito satisfeito cerca de 37%.

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