A eurodeputada social democrata açoriana interveio, na passada sexta-feira, numa mesa redonda subordinada ao tema “Interesse geral, um valor obsoleto?”, no trigésimo primeiro Congresso Internacional do CIRIEC, que decorreu em Reims, no Norte de França. Recorde-se que a eurodeputada é vice-presidente do Intergrupo de Economia Social do Parlamento Europeu e, que tem sido a primeira responsável parlamentar pela negociação dos aspetos sociais e do emprego do Semestre Europeu, o que enquadra o convite especial que lhe foi formulado para participar neste Congresso Internacional.
Num debate que sentou à mesma mesa políticos e importantes stakeholders no sector, Sofia Ribeiro afirmou ser necessário “definir muito bem e em concreto aquilo que é do interesse social geral e o que é do interesse económico geral, para que o sector da economia social possa responder eficazmente ao que são os interesses sociais, agindo de forma complementar à ação do Estado. O Estado não pode ser a única entidade a providenciar respostas de cariz social. Seria demasiado limitativo se o fosse. A intervenção de cariz social das empresas e entidades não pertencentes ao Estado permite uma maior aproximação às necessidades, potencialidades e dificuldades dos cidadãos, reforçando, assim, a coesão social. É esta ação complementar que torna o papel do sector da economia social e solidária relevante”.
A parlamentar afirmou que “o interesse geral não é, de todo, um valor obsoleto e prova disso é todo trabalho desenvolvido pelas empresas sociais para ir ao encontro destas necessidades, bem como a resiliência do sector da economia social e o contributo prestado na crise económica e social da qual estamos a sair. Destaca-se, no nosso país e, em especial, na nossa Região, o trabalho notável das nossas IPSSs, especialmente nos serviços de apoio a idosos e à infância, bem como das associações juvenis de carácter desportivo. É um sector em crescimento e com um enorme potencial, não só em responder a estas necessidades sociais, mas também de criação de postos de trabalho.”
Sofia Ribeiro terminou reforçando que “para que todo este potencial seja desbloqueado e para que as empresas sociais possam continuar a desenvolver o seu trabalho, reforçando a ação do Estado na área social, é necessário que lhes seja reconhecido este papel-chave a nível europeu., nomeadamente através da atribuição de um quadro legal que lhes permita ter uma igualdade de tratamento no mercado interno, assim como o acesso a financiamento e a instrumentos comunitários”.
Foto: GSR
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