A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) lamentou hoje que o Governo regional “não acautele o desenvolvimento económico na Região”, denunciando que a ilha Terceira “está bloqueada” desde o dia 25 de março.
Em comunicado, a Associação Empresarial das Ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa refere que, desde o dia 25 de março, a TAP está a cancelar a sua operação Lisboa-Terceira-Lisboa, num período de Páscoa, em que os voos estavam completamente lotados.
“Os turistas não conseguem chegar à ilha Terceira e os residentes não conseguem sair para outros destinos”, referem, acrescentando que, “para agravar esta situação, a SATA, que devia servir para equilibrar o mercado, ainda para mais funcionando em code-share com a TAP, não reforça a sua operação, nem para o continente português, nem para São Miguel, mesmo com a garantia de uma ocupação de 100% e com novos aviões”.
Os empresários constatam que os voos estão completamente cheios, pelo que, “a ilha Terceira está bloqueada”.
A CCAH considera que esta situação “prejudica enormemente” a ilha, ao nível do turismo e fluxo de passageiros, mas, também, é idêntica ao nível de transporte de carga aérea, onde os constrangimentos no transporte de mercadorias, ou dos CTT, “são dramáticos”.
“Numa altura em que temos um concurso público que há 2 anos ou fica deserto ou em silêncio, os cancelamentos de voos que deveriam trazer, também, mercadoria agravam, e muito, a disponibilização de carga às empresas e particulares. Estes são problemas crónicos que a ilha Terceira e os Açores atravessam há anos, sem resolução à vista”, lamentam.
Os empresários constatam, igualmente, que para além do transporte aéreo, “vivemos o mesmo no transporte marítimo de carga que, de forma crónica, nos últimos três anos, quando chegamos a este período e durante todo o Verão, ficam bloqueados. Estamos, já, com uma disponibilidade deficitária de transporte de contentores, levando a que as empresas da Região passem semanas com as suas mercadorias paradas nos portos em Lisboa e no Porto”.
“É inadmissível que o Governo regional não resolva estes problemas, que são crónicos, e que afetam gravemente o desenvolvimento harmónico da Região e nomeadamente da ilha Terceira”, criticam, realçando que “não podemos admitir que, anos após anos, estes problemas continuem a persistir”.
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