O deputado do PSD/Açores, eleito pelo círculo eleitoral da ilha do Pico, Cláudio Lopes, anunciou, ontem, o seu abandono da vida política ativa.
“Consciente de muita coisa, sobretudo do longo tempo que já tenho de atividade política, de que a renovação é necessária, (…) decidi tornar pública a minha decisão de que no final desta legislatura encerro a minha atividade política”, escreveu o social democrata, num artigo de opinião, publicado no sitio oficial do partido.
No texto, o parlamentar salienta que “é admirável a velocidade com que na política passamos de `bestial´ a `besta´”.
“Isso comprova que na atividade política acabamos, muitas vezes, por ser o resultado daquilo que os outros dizem de nós, em cada momento, em cada conjuntura e de acordo com algum interesse específico. É, igualmente, admirável a hipocrisia com que alguns nos tratam”, constata.
Cláudio Lopes questiona “como se pode pretender ser `arauto´ da democracia se não se pratica a democracia na vida interna do partido?”.
“É enorme, por vezes, a distância entre o que se transmite aos outros sobre alguns (os que se quer afastar), e aquilo que os cidadãos, em geral, pensam sobre os mesmos. Mesmo sabendo que assim é, opta-se por ignorar as evidências. Dá mais jeito. Serve o objetivo”, acrescenta.
O deputado entende que “é brutal, a verbalização a que se recorre, por vezes, para denegrir o bom nome daqueles que continuam a merecer o respeito e a credibilidade popular”, frisando que “esta é a estratégia dos fracos!”
“Prefiro recordar, valorizar e alimentar o lado bom. Tudo o que não pertença a este lado, quero esquecer rapidamente. Considero que quando se está na política, seja muito ou pouco tempo, nos devemos entregar a essa função com o máximo empenho e com ética”, escreve o político, rematando que “foi o que procurei fazer”.
“Porque, tal como afirmava Sá Carneiro: «a política sem ética é uma vergonha!», concluiu.
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