O líder parlamentar do CDS-PP Açores denunciou hoje que estão em perigo as evacuações de doentes açorianos para serviços especializados de saúde no Continente português, porque a TAP comunicou aos seus clientes e agentes que, “com efeitos imediatos”, deixa de transportar macas e incubadoras nos seus aviões.
A preocupação de Artur Lima já seguiu para o Governo Regional, através de um requerimento entregue no Parlamento, onde o líder popular questiona o executivo socialista sobre esta situação e exige respostas concretas sobre a capacidade de resposta da Azores Airlines, do grupo SATA, no sentido de “continuar a ser assegurado com pontualidade, regularidade, eficácia e seguranças exigidas, sempre que necessário”, este tipo de evacuação.
Em causa, segundo os parlamentares do CDS-PP Açores, está uma nota informativa distribuída pela TAP Portugal, na passada quinta-feira, a todos os seus clientes e agentes, a informar, “oficialmente, que, com efeito imediato, deixa de transportar macas e incubadoras nos seus aviões”.
Ora, acentua Artur Lima, “a TAP Portugal assegura ligações aéreas regulares com os Açores, servindo atualmente as gateways das Lajes e de Ponta Delgada”, sendo que, “na gateway das Lajes, para além da TAP Portugal opera uma companhia low cost (que não faz transporte de macas e incubadoras) e a Azores Airlines em regime de code-share com a TAP Portugal”.
Tudo estaria bem se a Azores Airlines estivesse a prestar um bom serviço aos Açorianos, o que o Líder Parlamentar democrata-cristão lamenta não estar a suceder, referindo que “as ligações da Azores Airlines à ilha Terceira têm sido muito irregulares, insatisfatórias, não respondendo às necessidades dos passageiros e aos requisitos mínimos exigidos para um serviço de qualidade, devido a sucessivos atrasos e cancelamentos de voos entre Lisboa e as Lajes”.
Artur Lima acentua que, para além de todas as falhas imprevistas na operação da transportadora aérea regional para a gateway das Lajes, existem outras decisões operacionais que não asseguram que a companhia açoriana possa substituir a TAP na prestação do serviço de macas e incubadoras: “na maioria dos dias do ano, a Azores Airlines só realiza uma ligação Terceira-Lisboa, à noite; existem dias em que a Azores Airlines até realiza ligações de Lisboa para a Terceira, em horários diurnos, mas não realiza o voo de regresso à capital do país; agora temos a agravante de que a Azores Airlines já manifestou publicamente a pretensão de acabar com a rota Terceira-Porto-Terceira”.
Assim, considerou, “a Azores Airlines não garante regularidade e qualidade de serviço aos passageiros que utilizam a gateway das Lajes” e que, “fruto das especificidades próprias da Região, existe, com frequência elevada, a necessidade de deslocar doentes em maca ou em incubadora para serviços de saúde mais especializados no Continente português”, o que pode ficar agora posto em causa e criar maiores constrangimentos aos doentes.
Neste sentido, o Grupo Parlamentar do CDS-PP quer saber se “tem o Governo Regional conhecimento que a TAP Portugal acabou com o serviço de transporte de macas e incubadoras a bordo dos seus aviões?”, solicitando esclarecimentos, em caso de resposta afirmativa, “quando foi informado e de que forma?” e, em caso de resposta negativa, “que atitude pondera o Governo Regional tomar, conhecendo a TAP Portugal as especificidades próprias da Região e sendo esta uma empresa com 50% de capitais próprios detidos pelo Estado português?”.
Por fim, questiona Artur Lima, “sendo o Governo Regional acionista único do Grupo SATA, onde se integra a Azores Airlines, e voando a companhia aérea açoriana em regime de code-share com a TAP Portugal para a gateway das Lajes, que garantias podem dar o Governo Regional e a SATA de que o serviço de transporte de macas e incubadoras vai continuar a ser assegurado com pontualidade, regularidade, eficácia e seguranças exigidas, sempre que necessário?”.
Foto: CDS-PP Açores
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