A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) denunciou hoje que o banco Santander Totta está a exigir às empresas, sem que haja qualquer tipo de incumprimento, a extinção das contas correntes caucionadas, ou similares, oferecendo a possibilidade de aquelas contas serem liquidadas a preços e prazos perfeitamente estranguladores para a realidade do mercado.
Numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, Sandro Paim, presidente da CCAH, lembrou que, aquando das negociações de compra do Banif, foi anunciado que, face à penetração do banco nas Regiões Autónomas dos Açores (que se estimava em 40%) e da Madeira, os interesses destas duas regiões estariam salvaguardados.
“Num período em que se começa a assistir a alguns indícios de retoma da economia, rescaldo da mais grave crise económica deste século, o tecido empresarial açoriano encontra-se a tentar recuperar dos danos causados por constrangimentos de vária ordem. Numa altura em que estão em curso um conjunto de sistemas de incentivo ao investimento, lamentamos que o Santander Totta não entenda, por um lado, a fragilidade da situação e tente, desta forma inusitada, apropriar-se, por via indirecta, dos apoios criados e que deviam ser aplicados a bem de todos no reforço e crescimento das empresas. Por outro lado, lamentamos que o banco não entenda a responsabilidade social resultante da sua nova posição no mercado destas duas regiões”, afirmou o empresário.
Sandro Paim apelou “ao bom senso da instituição” e à “eventual mediação do Governo Regional”, para que as medidas, agora impostas, “não sejam um fator suplementar de desestabilização da economia local”.
Foto: CCAH
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