
A Terceira tem um “grande potencial de desenvolvimento”, mas tem sido travada pelo Governo Regional do PS, afirmou Alexandra Manes, candidata do BE pela Terceira, ontem, na apresentação da lista e respetivo programa eleitoral para a ilha.
O Bloco considera que o aeroporto das Lajes e o porto da Praia da Vitória são centrais para o desenvolvimento da Terceira e podem contribuir para a criação de centenas de novos postos de trabalho com salários justos, mas para isso, estas infraestruturas “têm que estar ao serviço do interesse público e não ao serviço do interesse militar dos EUA e de empresas que só têm o seu lucro como objetivo”.
Para potenciar estas duas infraestruturas existentes, o Bloco propõe que seja aplicada uma moratória para a retirada das forças militares norte-americanas da base das Lajes e a reconversão desta infraestrutura, assim como do porto da Praia da Vitória, numa base logística e técnica para o transporte marítimo e aéreo internacional.
Na apresentação da candidatura, Alexandra Manes salientou que a Terceira tem sido palco das maiores promessas eleitorais por parte do PS – desde o projeto para o abastecimento de gás liquefeito no porto da Praia da Vitória à criação do Centro de Defesa do Atlântico – que nunca se concretizaram. A exceção foi o Air Centre, mas que “afinal se resume a quatro cadeiras e um computador”.
Por isso, Alexandra Manes considera que o PS tem sido “autoritário, ineficaz, inoperante, incoerente e desprendido daquela que é a realidade” das pessoas.
“Os Açores apresentam a maior taxa de desigualdades sociais, o maior índice de pobreza, a maior taxa de abandono escolar, a maior taxa de violência doméstica, sem que se vislumbre vontade política para alterar esta realidade”, lamenta a candidata do BE.
O Bloco de Esquerda tem um rumo para o desenvolvimento económico desta ilha que assenta em projetos concretos e exequíveis, com base nas condições e infraestruturas existentes.
A candidata do BE abordou ainda a questão da contaminação deixada pelos militares norte-americanos na ilha Terceira, e reafirmou que tem que ser “o poluidor a cumprir a sua obrigação de garantir um processo de descontaminação profundo e tecnicamente suportado”.
“A exigência da descontaminação não pode ser soterrada pelos interesses dos poluidores. As autoridades portuguesas não podem continuar a ter uma atitude complacente para com o poluidor”, acrescentou.
Alexandra Manes destacou ainda propostas do BE para outros sectores, como a abertura do Centro de Radioterapia na Terceira, a transformação da riqueza cultural da Terceira em benefícios para o turismo, nomeadamente através da criação de um gabinete dedicado à arqueologia e a recuperação do património arquitetónico militar, o combate à violência doméstica, e a promoção do bem-estar animal.
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