A Associação do Turismo Militar Português (ATMPT) irá realizar, durante este ano, um ciclo de seminários temáticos sobre a construção de narrativas (‘storytelling’) associadas à história e património cultural e militar do país.
O presidente da associação, Álvaro Covões, recordou, em declarações à Lusa, que o turismo militar “não se direciona para os militares”, mas sim para as infraestruturas que existem e estão diretamente ligadas à história militar do país.
“O turismo militar não é turismo para os militares, nem vamos transformar os militares em guias turísticos. O nosso objetivo é a preservação do património material e, agora, acreditamos que o turismo militar e o ‘storytelling’ podem ser muito positivos para criar fluxos turísticos e valorizar ainda mais o destino Portugal”, afirmou.
O presidente da associação destacou a “componente histórica” e a “hegemonia portuguesa entre os séculos XV e XVII”, época dos Descobrimentos Portugueses, como elementos essenciais para a criação de narrativas para promover o património.
“É a história dos grandes vencedores que se conhece. Portugal teve um papel fundamental no mundo, entre os séculos XV e XVII, estivemos em todo o lado. É o conjunto de património material que temos que nos ajuda a criar um conjunto de boas narrativas”, disse.
Para a ATMPT, é importante também que o turismo militar ajude na descentralização dos turistas.
“É um contributo relevante para atrair turismo para as zonas mais recatadas, que hoje não são foco de turismo. Atualmente há três grandes destinos no continente – Porto, Lisboa e o Algarve -, que é, essencialmente, um turismo sazonal. O objetivo da ATMPT é levar desenvolvimento económico e criação de emprego a todo o país”, afirmou.
Através destes seminários a ATMPT pretende “ajudar o povo português a tirar rendimento da sua história”, porque “todos precisam de saber que Portugal criou a globalização”.
“O contributo que pretendemos dar é, no fundo, ser um incentivo para as autarquias, entidades que gerem o turismo e universidades, para que se criem as narrativas”, acrescentou.
Para Álvaro Covões, o património imaterial português pode “transformar” a dinâmica do turismo: “Precisamos de contar as histórias para que toda a gente queira vir a Portugal, ao palco dos acontecimentos. Se a narrativa criada mantiver o rigor histórico pode transformar-se em algo que nos torne ainda mais conhecidos”.
O primeiro seminário decorreu na quinta-feira passada em Tomar, que é agora a cidade sede da associação, e foi “um sucesso”.
Para os próximos ciclos está prevista uma passagem por Oeiras e, novamente, por Tomar para assinalar os 100 anos da batalha de La Lys.
Fonte da organização referiu que estão a ser agendados outros seminários, que incluem passagens pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
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