Açores querem transformar constrangimentos do Brexit em oportunidade de captação de investimento externo

O Governo regional dos Açores defende que a Região poderá transformar os constrangimentos da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) numa oportunidade de captação de investimento externo.

“É um desafio que se coloca, é um desafio que acresce a uma oportunidade que efetivamente surgiu por decisões próprias de um país, mas que se transforma em problemas a diversos níveis, também se transforma em oportunidades a outros níveis”, afirmou Sérgio Ávila.

O governante falava hoje na cerimónia de assinatura de um protocolo entre a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA) e a Portugal In, estrutura de missão portuguesa criada na sequência do Brexit, com o objetivo de captar investimento de empresas que queiram permanecer na União.

Segundo Sérgio Ávila, a cooperação com a Portugal In é uma oportunidade de divulgar as “vantagens competitivas” dos Açores.

“Estamos a trabalhar em conjunto a partir de hoje para que este esforço de divulgação, promoção e captação destas empresas se faça também no contexto da Região Autónoma dos Açores e assim dar sequência e consolidar o esforço que temos feito de captação de investimento externo”, frisou.

Desde 2013, através da SDEA, já investiram nos Açores oito dezenas de empresas de outras regiões de Portugal e de países como Estados Unidos da América, China ou Arábia Saudita, sobretudo na área do turismo.

“Já estão em execução 80 projetos de investimento externo, que representam um investimento superior a 225 milhões de euros”, salientou o vice-presidente do Governo Regional.

Sérgio Ávila salientou que os benefícios fiscais são um dos atrativos para que empresas externas se fixem nos Açores.

“Temos neste momento em preparação o apoio a 39 novos projetos de investimento, que representarão o acréscimo de mais de 140 milhões de euros de investimento privado captado no exterior”, acrescentou.

Também o presidente da Portugal In, Bernardo Trindade, destacou o potencial da região na captação de investimento estrangeiro, não apenas do Reino Unido.

“Havendo um conjunto de investidores americanos que chegam a Lisboa com vontade de investir em Portugal, por razões óbvias, o primeiro território que nós nos lembramos são naturalmente os Açores”, frisou.

A estrutura de missão pretende integrar todas as regiões do país na sua ação, funcionando como intermediário entre as empresas e as autoridades locais.

“O nosso objetivo é claramente ter aqui um processo de vasos comunicantes de contacto com todas as regiões, porque eu entendo convictamente que se deve celebrar aqui o princípio da subsidiariedade, o princípio da proximidade”, avançou Bernardo Trindade.

Para o presidente da Portugal In, o país deve encarar o ‘brexit’ como uma oportunidade de captação de investimento, mas sem colocar em causa a relação com o Reino Unido.

“Portugal não vai destruir uma relação secular com o Reino Unido – é provavelmente a relação entre países mais antiga que existe à escala global – mas vamos no fundo fazer este convite às empresas dizendo-lhes: querem permanecer na União Europeia, porque não investir em Portugal, em todas as suas regiões?”, apontou.

 

 

Lusa/+central

 

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