O Instituto Açoriano de Cultura (IAC), e alguns dos protagonistas da organização das celebrações do 1º de maio na ilha Terceira, entenderam que tinha chegado o momento de fazer o levantamento de muito do material que foi produzido nesse espaço de tempo (entre as décadas de 70 e 80 do século passado), selecionando-o, registando-o, exibindo-o e organizando um conjunto de atividades que permitam a sua preservação e divulgação.
Fazendo-o por considerar que se enquadra no âmbito da preservação do património intangível, tendo em conta a sua importância histórica e cultural e o valor único e de durabilidade representativa simbólica/material que possuem quer para a comunidade, quer para a ilha, quer para a Região ou para o país, o IAC assinala com uma exposição, um documentário e um concerto as festas do 1º de maio que ocorreram em Angra do Heroísmo durante mais de uma década, festas que foram um modo sábio de aliar o combate sindical com o espírito de partilha a elas inerente. Fá-lo num trabalho que teve a coordenação de José Olívio Mendes, Milton Sarmento e Paulo Borges e que contou com várias e importantes parcerias.
Com esta iniciativa pretende-se, por um lado, dar início a um trabalho de preservação do património imaterial e, por outro lado, recordar alguns momentos marcantes do espírito sindical e da expressão que teve na primeira cidade portuguesa a ser classificada pela UNESCO como Património Mundial, assinalando o papel que desempenhou na aproximação das civilizações. Não menos importante, o desiderato pedagógico, pois pretende-se que a informação recolhida e tratada pelo IAC fique disponível para todas as escolas da Região.
O 1 de maio é indissociável do trabalho e de tudo o que lhe anda associado. Em momentos de transformação política e económica e social, como os que sucederam ao 25 de Abril de 1974, teve assinalável expressão nacional e regional. Algo bem visível na exposição que decorrerá no Teatro Angrense durante o mês de maio.
Assim, além de uma cronologia das festas do 1.º de maio, acompanhada de vasto material iconográfico, exibir-se-á um documentário realizado em parceria com a RTP Açores sobre esse período recente da nossa história e será apresentado um jornal integralmente dedicado aos principais momentos dessas festas.
Para acabar em festa, ocorre o espetáculo da banda Medeiros/Lucas, na que será a primeira apresentação na Terceira desta banda que tanto tem dado que falar, com apresentação do seu novo álbum.
A exposição será inaugurada pelas 18h00 do dia 1 de maio e o concerto ocorre às 21h30.
Foto: Cartaz
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